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Outras Palavras/ Outra Saúde, com contribuição de Jorge Bermudez. Molnupiravir: vitória contra a covid ou apartheid sanitário?
Publicada em 10 de novembro de 2021. Fonte: outraspalavras.net
Molnupiravir: vitória contra a covid ou apartheid sanitário?
Merck alardeia as qualidades de sua cápsula – a primeira que pode ser tomada em casa. Mas cobra muito caro e oferece acordo de “transferência de tecnologia” limitado e contraditório. Fiocruz tentar furar o bloqueio.
O início do uso, pelo Reino Unido, de uma nova droga contra a covid voltou a despertar críticas sobre insistência da indústria farmacêutica em cobrar preços proibitivos pelos medicamentos contra a pandemia. O fármaco é o molnupuravir. Seu uso é indicado, por enquanto, para pacientes que já testaram positivo para o vírus e desenvolveram sintomas leves a moderados – dispensando hospitalização – mas têm ao menos um fator de risco para o agravamento da doença. Sua grande vantagem é a apresentação na forma de cápsulas, que podem ser ingeridas em casa, pelos pacientes.
Seus efeitos, nos primeiros testes clínicos, são de fato animadores. Entre 775 pacientes que o empregaram, apenas 7,3% precisaram de hospitalização – contra 14,1% dos que receberam apenas um placebo. Além disso, não houve morte alguma no primeiro grupo, contra 8 óbitos no segundo. Cientificamente, também, a droga é um desenvolvimento interessante, a partir de moléculas que podem desabilitar o Sars-CoV-2 por meio de mutações. Ela pode mesmo ir além da covid, apresentando um espectro mais amplo de ação antiviral, sugere um estudo de agosto último publicado na Nature. Leia na íntegra aqui.