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Jorge Bermudez: população ficará sem medicamentos e assistência farmacêutica com fechamento das farmácias populares

Publicada em 12 de dezembro de 2017

A decisão do Governo Federal de fechar as 367 unidades próprias da rede Farmácia Popular do Brasil, parte do Programa de Atenção Básica do Sistema Único de Saúde, e repassar os R$ 100 milhões de seu orçamento diretamente para os municípios comprar medicamentos foi duramente criticada pelo sanitarista Jorge Bermudez, pesquisador da Ensp/Fiocruz e integrante do Painel de Alto Nível em Acesso a Medicamentos das Nações Unidas. Para Bermudez, a medida é mais um golpe contra o SUS e representa enorme retrocesso, sobrecarregarregando ainda mais o sistema, com internações e outros atendimentos que poderiam ser evitados se o amplo acesso a medicamentos se mantivesse garantido. Esse acesso se dá pelas farmácias populares, não em outras unidades, como os postos de saúde. "Estão desmontando o SUS", disse, perguntando qual o interesse de um governo que estabelece um congelamento de vinte anos nos gastos públicos. "O que o governo está fazendo agora é sucatear os serviços públicos, não repassando recursos adequadamente, buscando gerar economia. O ministro (da Saúde, Ricardo Barros) diz que o SUS não cabe no orçamento do Ministério da Saúde. Nunca houve um ministro, em nenhum governo, que não defendesse o SUS. É a primeira vez que vemos um criticando e desmontando o sistema", criticou Bermudez. 

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